DO LIDER PARA O LIDERADO

DO LIDER PARA O LIDERADO
Pr. David R. da Silva

Introdução
“Como um líder juvenil pode ajudar os seus liderados em suas necessidades espirituais, psicológicas e morais?”
Como servos de Cristo todos nós somos responsáveis por ajudar uns aos outros. O apóstolo Paulo falou disto em Cl. 3.16.
No entanto, repousa sobre os líderes uma parcela maior de responsabilidade. Antes de mais nada o líder deve ser um “ajudador” de seus liderados. E o líder (espiritual) que falhar nisso estará comprometendo, seriamente, o seu trabalho. Neste estudo procurarei responder à pergunta “Como o líder pode ajudar os seus liderados?”
I.         Tornando-se um exemplo a ser imitado
Talvez seja este o método mais eficaz para que um “líder ajude, efetivamente, os seus comandados”.
A. Temos exemplos bíblicos, positivos e negativos.
1.  Os positivos:
a) O exemplo de José - que chegou a assumir a liderança, inclusive, de sua família.
b) O exemplo de Moisés - que era fraco na palavra mas poderoso na vida que vivia.
c)  O exemplo de Paulo - sua vida foi a maior força para seus liderados (imitadores).
2.  O Negativos
a) Saul é, positivamente, o mais destacado nesta relação.
b) Acabe outro rei vacilante.
c)  Sansão - oscilava de um lado para outro.
B. O exemplo é a mais forte influencia que um líder pode exercer sobre seus seguidores.
1.  O homem é por natureza imitador - sempre estará imitando alguém, principalmente os jovens.
2.  O homem forma seus hábitos, caráter e personalidade através de influências recebidas de outros, principalmente pela imitação.
3.  O exemplo é a forma mais simples e ao mesmo tempo mais difícil de se transmitir.
a) Porque é simples
1)  Não requer métodos muitos sofisticados para se transmitir.
2)  Basta colocar-se a vista do liderado (um líder nunca deve esconder de seus liderados). Os profetas, apóstolos e o próprio Jesus conviveram muito intimamente com os seus discípulos.
b) Porque é difícil
1)  Não conseguimos transmitir o que queremos mas o que somos. Mais cedo ou mais tarde haveremos de nos revelar tal qual somos.
2)  O liderado sempre espera mais do que às vezes temos ou somos e a preocupação de querer ser, à vista (para satisfazer) do liderado, pode nos violentar, terrivelmente.
C. Três perigos da ajuda pela experiência.
1.  O líder se torna mais preocupado em parecer do que ser. Preocupação só com o que é externo se esquecendo do interior - caixas vazias, túmulos caiados etc.
2.  O perigo do líder “sacrificar” a sua individualidade, personalidade, caráter e liberdade para agradar aos outros.
3.  O exagero no enfoque da imitação.
Muitos tem caído no erro de se tornarem “substitutos” de Cristo e não apenas imitadores ou representantes. Quem realmente deve ser o modelo maior é Cristo e o líder apenas o reflexo dEle.
II.       Tornando-se um amigo verdadeiro e não apenas um executivo frio
Jesus é o exemplo perfeito. Ele foi, por excelência, o amigo de seus discípulos.
A. Para que o líder consiga ser um amigo verdadeiro é necessário:
1. Aceitar os seus liderados como eles são.
2. Não exagerar no “espaço psicológico”.
3. Se considerar parte do corpo e não um estranho.
B. Os benefícios da amizade franca e verdadeira.
1. Estabelece o equilíbrio entre a autoridade e a liderança. Nem sempre a autoridade de alguém resulta em liderança sobre alguém. A autoridade pode-se tornar, às vezes, um entrave para a liderança. Alguns conseguem liderar sem a autoridade formal.
2. Estabelece “a cumplicidade”, no bom sentido, entre o líder e o liderado. O liderado se torna defensor das idéias do líder e não apenas executor.
III.     Facilitando a comunicação com os liderados
Estamos vivendo na “era das comunicações”. Em qualquer atividade humana a comunicação tem uma importância vital.
A. O meios desta comunicação.
1. Através de reuniões formais e informais.
a) As reuniões devem ser sérias e com conteúdo.
b) Devem ser periódicas ou sistemáticas.
c)  Devem ser cordiais e espirituais.
2. Através das correspondências (escritas)
Além das 3 características acima é necessário que sejam:
a) Pessoais apresentando sempre as características de bondade, compreensão etc.
b) Devem ser de bom gosto, asseadas e bem feitas.
c)  Através das atividades sociais.
É preciso entender que estes são meios e não fins em si mesmos. Devem ser compatíveis com o sistema doutrinário da Igreja e de acordo com as expectativas dos liderados participantes.
d) Através das atividades litúrgicas (cultos).
Estas atividades devem variar. Uma das virtudes da mocidade é justamente a renovação constante. Não se limitar aos cultos tradicionais e reuniões formais. É preciso imaginação e criatividade.
e)  Através de todas as formas de congraçamento social e religioso: retiros, acampamentos, congressos, viagens, evangelismo em grupo, competições etc.
IV.     Praticando o aconselhamento
Todos nós devemos realizar o aconselhamento, sistematicamente. Esta é a ordem bíblica, Cl 3.16.
A. Os tipos de aconselhamento mais comuns:
1. Pré-aconselhamento ou Preventivo - prevenindo necessidades e problemas e com antecedência preparando as pessoas para enfrentá-los.
2. Aconselhamento - para ajudar na solução dos problemas surgidos e enfrentados.
3. Pós-aconselhamento ou seguimento - trabalho que se realiza após superadas as dificuldades do liderado.
B. Etapas do Aconselhamento
1. Aproximação - começa com os cumprimentos, identificação e aceitação.
2. Interação - é a fase do início à maturidade da amizade (rapport) entre líder e liderado.
3. Aconselhamento - é a ajuda baseada na força da amizade e confiança conquistadas.
V.       Esmerando no treinamento
Para qualquer atividade é necessário o treinamento ou a preparação adequada.
A. Áreas carentes de treinamento
1. Emocional - os liderados precisam ser emocionalmente treinados para não se deixarem trair pelos seus sentimentos.
2. Sexual - o sexo é uma realidade humana que não deve ser esquecida em nenhuma atividade.
a) O liderado deve aprender a conviver com pessoas de seu próprio sexo sem constrangimento. Há pessoas que não gostam de outras de seu mesmo sexo.
b) O liderado deve aprender a conviver com pessoas do sexo oposto. Há quem não consegue se relacionar com pessoas de outro sexo sem se deixar envolver por desejos sexuais etc.
3. Psicológica - a preocupação psicológica ajuda muito até mesmo nos problemas espirituais. Os indivíduos devem aprender a conviver bem consigo próprios, com as pessoas e com Deus; enfrentando complexos, traumas, neuroses etc.
4. Espiritual - é necessário que o liderado esteja preparado para viver bem espiritualmente: o que realmente é pecado, pecado e inconveniências, relações com Deus, culto, crenças, dúvidas etc.
5. Sentimental - principalmente os líderes juvenis nem sempre estão preparados neste particular:
Os problemas mais comuns são:
a) Jovens que não conseguem inspirar amor ou amar alguém: por medo, desleixo, complexo, repressão (reprime seus sentimentos) frustração etc.
b) Jovens que não se definem por uma pessoa mas quer ter todas ao mesmo tempo e sofre porque isto é impossível - é o “complexo de Salomão”.
c)  Jovens que não definem o seu tipo de parceiro, ama e aborrece ao mesmo tempo.
Conclusão
Em suma: O líder ajudará ao seus liderados sendo um exemplo positivo - ele mesmo sabendo superar os seus problemas - tornando-se amigo, comunicando bem, aconselhando e treinando-os efetivamente. Que Deus nos ajude a alcançar estes cinco alvos.

Este estudo foi ministrado no(na):
II ARDEJA DA REGIÃO CENTRAL
Moriacamp, 13 - 15/11/1999